quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Porque ainda acredito em Martin Luther King...


Toda vez que eu vejo algumas noticia sobre as cotas nas universidades brasileiras me embrulha o estômago. Penso que se todos os dias visse uma reportagem dessas, logo teria uma gastrite eterna por culpa dessa política de cotas. E não é o governo que paga meu plano de saúde.( Até porque se eu for esperar pela saúde publica não teria muitas expectativas...)
Apenas queria entender porque o ser humano tende a separar as pessoas com tanta facilidade. Nesta mesma semana li em uma entrevista de um psicólogo americano que dividiu nossa inteligencia em 9 tipos de percepção. E aonde estão os estudos da burrice? Porque, se há 9 tipos de inteligência, fico a imaginar o contrário...
Seria então inteligencia ou falta dela, uma lei estúpida como essa? Que aponta os negros como incapazes de entrar em uma universidade pública porque tiveram um estudo inferior.
Há tantas razões pra mostrar que tudo isso não muda nada ( as escolas públicas continuam um descaso) e que o preconceito só se máscara e volta com uma força diferente. Agora os negros querendo cobrar uma divida de anos.
E é por isso que quando me embrulha o estômago, imagino que o discurso de Martin Luther King se perde. Quase quarenta anos depois da morte do líder, vemos uma nova onde de preconceito surgir com essas cotas.
Quem tem o direito de em um país com uma mistura de raças tão grande, dizer quem é negro ou quem não é? Porque um negro não pode estudar noites e noites como vem fazendo há anos todos os estudantes que querem passar no vestibular? Existem só esses motivos para diferenciar estudantes? Isto não é preconceito contra os brancos, amarelos,vermelhos e azuis?Porque ainda precisamos nos sentir tão diferentes? E ficar discutindo quem é o melhor e quem é o coitadinho...
É como Cássia Heller e Cazuza cantaram: Qual a cor do amor?
Não estamos nos afastando dele se estamos classificando nossos estudantes por cor?
Nunca achei o vestibular um bom critério para escolher pessoas que realmente querem estudar e tem um sonho, mas as cotas estão deixando cada vez mais esse sistema repugnante.
Não sei se estou errada, mas acho que se o Brasil podesse falar, ele repitiria a frase de Luther King. ! "Eu tenho um sonho de ver meus filhos julgados pela sua personalidade e não por sua cor."
Porém eu ainda estou aqui, e junto comigo, ainda tem outras pessoas que concordam com o que eu penso e que não querem deixar o Brasil como os EUA, problema dos dois lados. Brancos contra negros negros contra brancos. Enquanto tiver um que pensa igual a mim. O discurso de Luther King em Washington não foi em vão.